segunda-feira, julho 10, 2006

Foto: Trabalho de Arte


Aqui está uma foto que eu tirei para um trabalho de arte em que tinha que "montar" uma imagem formada através da leitura de um excerto do meu livro preferido. O livro é o "Tudo o que temos cá dentro" de Daniel Sampaio, o excerto vem a seguir à foto.

“Comprimidos engolidos à pressa, por que razão não chamei por ti, a certeza agora dos teus passos no corredor da minha casa, vens buscar-me e evitar que morra, levar-me outra vez ao Meco e a Almoçageme, oiço a tua voz a chamar, vejo já aquilo que nunca fui capaz de te dar, amor, a poesia que escreves e nunca li, quero que pegues em mim e sejas meu abrigo.
A escuridão em que me deixaste roubou-me a vida”
(Agradeço à cat por se ter aplicado quando pousou pra foto)
Aqui está a justificação dos pormenores da foto(apresentada no mesmo trabalho):
Este é, sem dúvida, o livro da minha vida, pelo menos até hoje! Baseado num caso clínico real, o livro aborda o tema de um rapaz que curtia com uma rapariga de vez em quando e que nunca ligou ás manifestações de amor obsessivo manifestadas por esta. Quando a rapariga se suicida por não o ter ele acaba por perceber que afinal também ele a amava e isso perturba-o imenso, daí ele recorrer a um psicólogo.
Quando foi feita a proposta de trabalho foi imediata a escolha deste livro. Não sabia qual a passagem que poderia adaptar mas sabia que tinha que ser deste livro para que realizasse o trabalho com alma e prazer. Desfolhei-o e achei que esta seria uma boa passagem para retratar, assim, com a ajuda de alguns colegas consegui que tudo estivesse como eu imaginara para tirar a foto. Os skittles foram usados para dar o efeito de comprimidos já que são de diversas cores e dão a ideia de uma alargada variedade de comprimidos que misturados levariam então à pretendida morte. A ideia de colocar lenços de papel amarrotados surgiu já na altura de capturar a foto, visto que supostamente a rapariga estava desgostosa de amor e embora consciente e determinada a cometer um acto que tanta coragem exige, o seu sofrimento deveria ser indescritível, pelo que teria estado certamente a chorar. A posição da rapariga na cama deve-se ao facto de esta estar a escrever a carta de despedida e, assim sendo, ter que estar numa posição que lho permitisse faze-lo. O ar da rapariga na foto é um ar de alguém que está já completamente drogado de comprimidos e que tenta em dificuldades terminar a carta antes de “apagar”. Os comprimidos espalhados pela cama e em cima do papel demonstram o facto de terem sido tomados à pressa, deixando que alguns caíssem e rolassem pela cama, sendo que a mão esquerda da ideia de querer ainda pegar em mais alguns para apressar a morte. A luz que entra pela janela iluminando toda a envolvência do quarto encaro-a como a luz da vida, sendo que apenas incide nas costas da rapariga, pois ela não a vê mais, na sua frente existe escuridão…”a escuridão em que me deixaste tirou-me a vida”!
By SceptrusNecro

3 comentários:

Anabela S. Dantas disse...

Skitlles?? Então ela tava a comer skitlles??? ms q pessoa no seu perfeito juízo é q consegue fazer de suicida com skitlles á frente??
Devias era ter-lhe dado bombinhas de mau gosto, nao dizias nd e dpois tiravas a foto kd ela comesse a primeira.. :D nao podia haver mais realismo suicida!!

tá mt gira e a explicação assustou-me porque parece a história da minha vida!! lol
beijinho

Anónimo disse...

"A escuridão em que me deixaste roubou-me a vida"

diria que esta frase podia ter a ver para aquele assunto, para aquela pessoa... tb para mim*
diria que fiquei interessada no livro*
digo que gostei deste post porque fala em silencio do grito do sentimento mudo, que é o amor*
causador de tanta coisa, tanta dor, e tanto fim*
beijinhos*

Sofia disse...

Acho que nunca vou entender o amor... Talvez essa rapariga também nunca o tenha entendido. Mas tenho a certeza que o rapaz, depois da sua morte, o entendeu. Sabes o que sempre pensei? Que as histórias de amor só são perfeitas quando as pessoas não conseguem ficar juntas.Quando algo trágico acontece. Pensa nas histórias de amor que conheces, as que ficaram na História... Pedro e Inês, por exemplo. Na ficção, Romeu e Julieta. Na actualidade...a palavra "amo-te" tornou-se tão banal que quase perdeu o seu sentido. Acredito em almas gémeas. Acredito que, quando morremos, a nossa alma se separa em duas ou mais metades que precisam enconrar-se para se completar. E essa busca pode durar a vida toda e não acontecer. Call me weird, you wouldn't surprise me. Talvez o rapaz passe o resto da vida a pensar que perdeu a sua outra parte... De qualquer modo, divagações sobre o amor à parte, o trabalho está excelente (you know it ;), e gostava muito de ler esse livro*