Para sempre Sofia
Sinto a tua falta como se nunca me abandonasses. Sinto-te perto mas não te posso tocar,... o teu respirar, o teu cheiro, a deslocação do ar provocada pelos teus suaves movimentos que me defendem incessantemente. Na verdade nunca te vi… nunca nos cruzámos sabes?! Pareces querer que eu viva tudo o que tu não pudeste viver. Não me importo…só se cruza quem vem de direcções diferentes…pode ser por isso… Afinal duas linhas paralelas podem andar juntas até á eternidade, sem nunca se terem cruzado…
Paulo Arnaldo
- Acreditas em Deus?! Então junta-te ao rebanho do Senhor! Apela a quem se cruzar contigo para que o rebanho seja cada vez maior! É preciso salvar a igreja! É preciso acreditar, ou o fim estará próximo! Orai senhores! Orai…
Sofia passava na mesma rua todos os dias. Mas naquele dia algo interrompeu o seu habitual raciocínio de entretenimento pessoal. O homem berrava e esbracejava apelando à fé de uma sociedade que já não tinha razões para a ter.
- Que nojo! Hipócritas!... – praguejou sem deixar de caminhar.
Pouco depois chegava ao trabalho. Era uma loja de roupa numa das principais artérias mercantilistas da cidade, onde dobrava, vendia e expunha roupa durante todo o dia.
- São 9h05 Sofia! Já te avisei que a loja abre ás 9h, e não à hora a que tu te lembras de sair da cama! – resmungou de forma firme e dura a gerente da loja.
- Mas… só me atrasei 5 minutos! – retorquiu.
- Não te atrevas a responder-me! Olha que com a crise em que estamos mergulhados substituo-te em menos de… 5 minutos!
O tom irónico e maldoso com que a gerente proferiu as últimas palavras remexera com as entranhas de Sofia. A sua revolta interior para com o mundo e para com as ilusões que diariamente afastam os seres humanos da realidade ajudaram a aumentar a agitação. Injustiças não! Isso é que Sofia não tolerava!
O dia passou, ao ritmo normal, e Sofia regressou a casa ao início da noite.
Deitada no sofá, atentava nas notícias que marcavam a actualidade, quando algo lhe despertou a atenção. O Papa estava envolto em polémica. Fez um esforço para abrir os olhos que quase se fecharam de cansaço.
- “… ainda no avião, a caminho do continente africano, Ratzinger terá feito referência ao facto da igreja católica ser contra o uso de preservativo. Embora não se trate de uma novidade, as palavras do mais alto membro do catolicismo acabaram por cair mal, uma vez que são cada vez mais os africanos infectados pelo HIV.”
- Maldito nazi! Havias era de…haviam de… (bocejo) – o cansaço superou a revolta de Sofia, e fê-la mergulhar num sono quase angelical.
A rapariga, que agora dormia como um anjo, tinha 1.69m, cabelos claros e olhos cinzentos e era indiscutivelmente bela e atraente. O seu sorriso era meigo e misterioso. Se as guerras tivessem portas, o olhar de Sofia encerraria uma Grande Guerra Mundial… e provavelmente seria a derradeira. Ao olhá-la nos olhos podia sentir-se um misto de doçura e de sufoco. A guerra constante que habitava a sua mente não a deixava descansar, a revolta contra um mundo imperfeito cada vez mais destruído por quem alega querer salva-lo aumentavam constantemente a ansiedade dentro de si. Mas a sua doçura, essa parecia inquebrável.
Ainda assim vivia sozinha. Os pais e o irmão tinham perdido a vida num acidente de carro há cerca de 11 anos, e Sofia – na altura com 15 anos – tivera que lutar sozinha por uma vida. Pela sua vida!
Embora já nessa altura tivesse renegado qualquer sentido de utilidade ás religiões, este foi provavelmente o incidente que fez aumentar a sua revolta. Os pais iam a caminho da igreja para tratar dos últimos pormenores para o baptizado do Ruben – o seu pequeno irmão. Queriam baptizá-lo no dia em que celebrava o seu primeiro aniversário.
Quando saíram de casa ela não estava. Os pais e o pequeno Ruben saíram felizes, com sorrisos estampados no rosto. De resto era esta a descrição mais fiel que se podia fazer da família de Sofia. Pelo menos até esse dia.
A caminho da igreja o pneu do lado do condutor rebentou inexplicavelmente. O pai de Sofia perdeu o controlo do carro e este embicou direitinho para a falésia. A falha de dois metros nos raids de protecção da enorme falésia que se precipitava sobre o mar parecia ter aguardado todos estes anos por aquele momento Foi a queda para o abismo, literal e metaforicamente.
- “Passa-se alguma coisa?” – perguntou ao abrir a porta de casa aos dois polícias.
- “Temo que sim. Lamento informá-la mas…o carro onde seguiam os seus pais está neste momento a ser retirado do mar” – respondeu o polícia com um enorme pesar que lhe enrugava o rosto cansado.
Silêncio.
Sofia permaneceu estática durante alguns segundos. Não queria dizer nada. Não queria ouvir mais nada. Sabia que era real, era tudo real. Sim, doía imenso e por isso tinha que ser real.
Recuou dois passos para pegar no casaco. Olhou os polícias nos olhos e disse firmemente:
- “Eu vou com vocês! Quero estar lá quando os tirarem do carro!”
Ao chegarem ao local estava já a cair a noite, e a quantidade de pirilampos dos carros de emergência e de pessoas que comentavam cada movimento da operação de resgate como se de um filme se tratasse passaram-lhe ao lado. Absorvida na emoção de nada sentir e na indecisão de não saber sequer o que pensar, Sofia caminhava em direcção ao local quando um enorme rangido da grua que içava o carro a fez estremecer.
- O que foi isto? Que se está a passar? – perguntou nervosa.
- “P5 chama P4.”
O rádio do polícia que a acompanhava impediu que Sofia obtivesse uma resposta. Contudo, e embora o polícia se afastasse um pouco para comunicar com o colega, a resposta chegaria pelo mesmo rádio.
- “Conseguimos retirar o veículo para uma zona de calhaus. Temos que intervir rápido para remover os corpos antes que a maré suba. Desce até ao local para ajudar no que for preciso.” – ouviu-se no rádio da polícia.
Medo. Um enorme medo assolava Sofia. Tinha medo de ser confrontada com aquilo que era óbvio. Acabara de perder a sua família. Estavam mortos! Estavam todos mortos!
Ainda assim não temia a realidade. Enfrentava-a a todo o custo.
Durante toda a operação de remoção dos corpos Sofia não proferiu uma única palavra. Simplesmente se deixou estar no seu canto. A olhar, e com as lágrimas a deslizarem-lhe pelo rosto. Lágrimas de dor…de mágoa…de revolta. A revolta que até hoje vinha crescendo em Sofia.
Na altura de tratar dos funerais foi ela quem quis tratar de tudo. Só lhe restava uma tia do lado do pai. Beata. Uma autêntica escrava da igreja. O tempo todo que Sofia passou de um lado para o outro a tratar de burocracias e de papéis a tia Cármen esteve sempre na igreja a rezar.
- Como se isso adiantasse alguma coisa! Não os faz voltar a viver! Não trata dos papéis do funeral! Não alivia a dor de ninguém sequer! E não era para a igreja que eles iam? Pois cá estão eles…entregues ao teu santo Deus!
- Deus perdoa-te essas palavras minha filha. Só ele sabe a dor por que estás a passar. – disse a tia Cármen com a voz melódica e melada que caracteriza as “ratas de sacristia” nestas alturas.
- Deus?! Eu é que estou a sofrer não é ele! Aleluia irmãos! Obrigado Senhor por me tirares tudo o que eu tinha! Ámen!
Sofia saiu disparada para a sacristia onde se ia encontrar com o padre para tratar dos funerais.
- Lamento minha menina. Mas só farei os funerais dos seus pais. – disse o padre evitando olha-la nos olhos.
- Huh?! Caso não se lembre o seu Deus também me roubou um irmão recém-nascido!
- Percebo. A verdade é que o seu irmão não havia sido baptizado ainda. E até passar pela pia do baptismo todo o ser humano está corrompido por Satanás.
Sofia ficou vermelha. Os olhos quase lhe saltavam das órbitas. As têmporas ameaçavam explodir com o súbito disparar da pressão na sua face. A enxaqueca que a atormentara desde a véspera atingia agora níveis inimagináveis.
- Pois faça o funeral dos meus pais! Porque eles quereriam se pudessem escolher! Só por isso! Quanto ao meu irmão não se incomode! O Sr. Padre não tardará a morrer! Quando chegar ao inferno aproveite, e conceda-lhe a paz que ele precisa! Era uma criança, porra!!!
O estrondo da porta da sacristia a bater ecoou por toda a igreja. Sofia saiu como um relâmpago atravessando a igreja à velocidade da luz.
Desde esse dia que só a palavra igreja a repugnava.
Por tudo isto é que hoje o seu dia tinha sido tão intenso. E também por isso dormia agora tranquilamente no sofá da sua sala.
O genérico final do telejornal acordou-a.
- Já são 21h20?... – disse ainda estremunhada.
Levantou-se e caminhou até á cozinha para beber água. Era Julho e as noites eram bastante quentes. Enquanto entornava a água da jarra para o copo algo do lado de fora da janela chamou a sua atenção.
Eram luzes…não, eram várias pessoas caminhando como zombies. E pareciam estar a mexer os lábios mas os vidros duplos e a cortina impediam-na de perceber melhor o que se estava a passar.
Acendeu um cigarro no fogão da cozinha e foi até à varanda do seu quarto no piso de cima da casa. Encostou-se à parede no canto mais escuro da varanda para não dar nas vistas.
- “…do vosso ventre Jesus. Ave-maria mãe de Deus rogai por nós pecadores, agora e na hora da nossa morte. Ámen….”
Sofia não podia acreditar. Era uma procissão liderada pelo homem que nessa mesma manhã apelava aos católicos falando do fim do mundo. Eram já incontáveis os seguidores do pregador. Sofia estava estagnada perante o sucesso das preces daquele homem.
- “Que mundo é este em que em vez de fazer algo para acabar com a fome das crianças ou de melhorar a vida de quem realmente precisa as pessoas se juntam para venerar uma utopia? Uma religião que apela ao bem e à velha teoria de tirar aos ricos para dar aos pobres e tem os seus líderes a viver em casas recheadas de luxo e ouro e peças caríssimas?”
Absorvida pelos pensamentos nem se apercebeu que tinha sido vista pelo pregador. O homem baixo, de barbas, apontava agora uma cruz na sua direcção apelando-lhe que se juntasse aos fiéis.
- “Vinde até nós e salvarás a tua alma! Juntos salvaremos o mundo das trevas de Satanás. Quando Ele descer à Terra levará consigo apenas aqueles que acreditaram que ainda era possível alcançar a salvação! Não temeis…”
Sofia não estava para ouvir mais aquilo e foi para dentro de casa.
Ao entrar apercebeu-se que o seu telemóvel estava a tocar. Correu para o sofá à procura dele e atendeu mal o encontrou caído debaixo da mesa da sala.
- “Estou?”
- “Sofia? Daqui fala a Carla, desculpa ligar-te a estas horas mas…”
- “Carla? Que Carla?” – estranhou Sofia.
- “A gerente da loja…”
- “Ah sim claro! Como está? Passa-se alguma coisa?” – perguntou Sofia apreensiva.
- “Na verdade passa Sofia… O teu atraso e a tua resposta de hoje foram a gota de água! Já não fazes parte da equipa! Lamento ter que ser assim!”
Nem queria acreditar. Dava tudo por aquela loja. Vendia como ninguém e todos os clientes a adoravam. Ainda por cima era a sua única subsistência!
- “Mas… Carla! Não podemos tentar contornar isto? Ainda por cima amanhã é o dia em que a loja tem mais movimento. Precisas de mim! Deixa-me ir trabalhar amanhã como sempre e no final do dia falamos e resolvemos esta confusão ok?”
- “Está decidido Sofia!” – disse a gerente num tom neutro.
- “Então amanhã às 9h como sempre?” – uma nova esperança iluminava o rosto e a voz de Sofia.
- “Não! Está decidido que não conto mais contigo! A filha de uma amiga minha andava à procura de emprego e começa amanhã. Como te disse Sofia…5 minutos! Só precisei de 5 minutos para te substituir!”
- “Sua…” - Sofia ia responder mas Carla já tinha desligado.
Irritada, frustrada, farta de falsidade e de falsos profetas, explodiu por dentro.
Tal como tinha feito no dia em que recebeu a trágica notícia, pegou no casaco friamente e saiu. A multidão de crentes com velas nas mãos ainda passava pelo local. Sofia conseguia ouvir a voz do líder que embora já estivesse no fundo da rua continuava a espalhar a sua palavra alto e a bom som, destacando-se o seu discurso persuasor entre as rezas em coro da multidão.
Calmamente, subiu ao cimo do muro que separava a sua casa da via pública e começou também ela a falar bem alto para que todos ouvissem.
- Oiçam bem o que vou dizer porque não o vão ouvir de novo!
A frase de Sofia foi dita com tal ênfase que o próprio pregador que há horas não se calava parou e ficou em silêncio olhando Sofia ao longe.
- Vou dar-vos uma foto de uma criança que o Deus por quem tanto rezam me tirou! Tirou-ma no dia em que me tirou os meus pais. Mas não a quis… Os representantes directos do vosso Deus na Terra negaram-se a proporcionar um funeral digno ao meu irmão porque nunca tinha sido molhado pela água da pia do baptismo! O mais engraçado é que perdi a minha família precisamente porque estavam a tratar dos últimos pormenores para que isso acontecesse, o que de resto era contra a minha vontade!
A multidão de fiéis olhava Sofia atentamente. Ao contrário do que era costume nestas situações, não havia cochichos ou acotovelamentos. Estavam como que hipnotizados por aquela rapariga cujos olhos não transmitiam qualquer emoção. A doçura tinha desaparecido e a raiva tinha ido com ela. A guerra interior que acompanhara Sofia ao longo dos anos tinha acabado e aparentemente nada tinha sobrado. Morte e vazio era o que restava de tantas batalhas interiores.
- Nunca me separei desta fotografia do Ruben. Assim como nunca me separei da fotografia de uma família feliz…a minha família! Hoje porém, vou entregar-vos a fotografia do meu irmão para que a façam circular entre vocês. Peço-vos apenas que olhem bem para ele. Quero que uma criança que não foi digna de ter um funeral segundo as vossas regras seja agora digna de vos fazer pensar. Pensem no que vale o vosso Deus, e pensem no Ruben todos os dias quando forem para a cama antes de fazerem as vossas rezas vãs e os vossos pedidos inúteis. Quem sabe se um dia não passam por ele no vosso tão temido Inferno!
Desceu do muro como se nada se tivesse passado. Passou entre a multidão que continuava em silêncio e entregou a foto ao homem que liderava a caminhada pela salvação. Depois meteu-se no carro e arrancou até à falésia que lhe roubara a família.
- Irónico… – pensou ao chegar.
Depois de tantos anos com uma fita de plástico a vedar o espaço por onde o carro tinha caído – como se uma fita impedisse algo ou alguém de se precipitar de novo – haviam finalmente prolongado os raids de vedação.
- Bem, sendo assim acabaram de herdar um carro. “Graças a Deus!” dirá quem ficar com ele. Ou talvez até ninguém fique. “Foi o diabo que a levou para ali. O carro está assombrado!”. – disse Sofia pensando alto e acabando a rir-se dos seus próprios devaneios e de toda aquela situação.
Depois saiu do carro deixando-o a trabalhar. Os faróis iluminavam com precisão a zona por onde tinha “milagrosamente” passado o carro dos seus pais rumo ao último suspiro.
O mar estava agitado. As ondas batiam violentamente contra a falésia. Galgou os raids, olhou para o céu. Parou alguns segundos contemplando as estrelas. Imaginou a cara do pequeno Ruben na Lua. Já estaria crescido se fosse vivo.
- Teria sido tudo tão diferente… – pensou.
Esboçou um sorriso e deixou que o seu corpo voasse ao longo da enorme falésia. A sua alma, essa já havia voado há muito. Ao embater violentamente com o mar revolto, Sofia sentiu-se a mergulhar num mundo de paz. Não tinha corpo, não via, não cheirava, nada. Apenas se sentia em paz. Havia tanto tempo que não se sentia assim.
De repente acordou. Havia um líquido estranho à sua volta. Sentia a agitação à distância. Mas…que se passava?
- “É uma urgência! Encaminhem-na para a sala de partos imediatamente!” – ouviu alguém dizer.
Começou a mexer as mãos com dificuldade. O espaço não era propriamente grande para se mexer mas… não tinha morrido? Estava grávida? Como?!
Embora sentisse que toda ela tinha encolhido drasticamente, resolveu tentar mexer as mãos para perceber melhor o que se estava a passar.
- Mas... como é que eu sobrevivo debaixo deste líquido todo? E o que é isto?! Não… não vou voltar nunca mais! Não vou!!!
Ao sentir o cordão umbilical Sofia percebeu que o parto de que falavam era o seu. O seu próprio nascimento. Ia renascer numa outra barriga, numa outra família. Mas valeria a pena depois de tanto sofrimento em vão?
Enrolou o cordão umbilical em volta do próprio pescoço com extrema dificuldade. Sentiu-se enfraquecer. Cada vez menos ar! Pensou que não ia conseguir. Esbracejava, estrebuchava mas sempre sem tentar libertar-se. Ar. Falta de ar. Sufoco. Pânico.
- “Não aguento mais!” – pensou.
Ao longe a agitação aumentava. Gritos, correrias, histerismo e de repente…uma mão que a tentava agarrar. Tarde demais… não iam conseguir.
“TRIMMMMM!!!”
Acordou com um salto. Era o seu despertador! Mas então... não tinha morrido e renascido e…?!
- Sofia, já acordaste? Tens que te arranjar linda. O baptizado do Ruben é daqui a pouco.
- Baptizado?! – Sofia sentia-se confusa.
- Sim. Não me digas que te esqueceste?
- Mãe?!
- O teu vestido está no quarto do Ruben. Não te atrases!
Olhou-se ao espelho que tinha ao fundo da cama no guarda-vestidos. Tinha 15 anos. Era não só o baptizado como o primeiro aniversário do seu irmão. Tinha recuperado a família! Afinal tudo não tinha passado de um terrível pesadelo! Mas…lá fora estava a cair a noite. E porque é que tocavam á campainha incessantemente sem que ninguém fosse abrir?
Desceu as escadas a correr. Esbarrou no casaco que estava ao pé da porta. Parou para o voltar a pendurar. Deu dois passos e abriu a porta. Eram dois polícias.
- “Passa-se alguma coisa?” – perguntou Sofia com uma fortíssima sensação de Dejávú.
- “Temo que sim. Lamento informá-la mas…o carro onde seguiam os seus pais está neste momento a ser retirado do mar.”
Silêncio...
FIM
7 comentários:
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